Recentemente, uma postagem no Twitter gerou um intenso debate nas mídias sociais no Japão, alcançando rapidamente o status de tendência. O tweet em questão dizia: “Almoço com amigas que são mães. De seis, quatro acabaram fazendo sexo com alguém que não era seu cônjuge. Este comentário, que parece narrar uma descoberta inesperada durante uma reunião social, provocou uma onda de reações que vão da descrença à resignação, mais uma vez destacando a polêmica em torno da infidelidade, conhecida no Japão como “netorare”.
O termo “netorare” tornou-se popular no Japão, referindo-se especificamente à infidelidade em que um dos cônjuges é traído e, em muitos casos, torna-se uma vítima passiva da situação. Esse problema tem sido um tema recorrente na cultura popular japonesa, refletido na literatura, bem como em animes e mangás. No entanto, a recente revelação de que quatro em cada seis mulheres em uma simples reunião social estavam envolvidas em casos extraconjugais gerou um forte impacto entre os usuários de mídia social.
«O sistema de ‘casamento’ acabou“, comentou um usuário, expressando seu desespero com a instituição do casamento na sociedade moderna. Outro usuário acrescentou sarcasticamente: “Só tá querendo curtidas“, sugerindo que era mentira o post.
Alguns comentários mais críticos sugeriram que a falta de amor nesses relacionamentos levou o casamento a se tornar uma mera transação financeira: “Se não houver amor, apenas contas bancárias e seguros permanecem“. A normalização da infidelidade também foi destacada em comentários como “Hoje em dia é normal ser enganado“, refletindo uma crescente aceitação ou resignação a essas práticas.
Essa tendência à infidelidade pode estar relacionada à percepção de que os maridos negligenciam suas esposas, tanto emocional quanto fisicamente. A sociedade japonesa, com suas longas jornadas de trabalho e forte foco no dever, pode deixar pouco espaço para os casais manterem um relacionamento emocional saudável. “Netorare” pode ser uma manifestação do vazio emocional que muitas mulheres sentem em seus casamentos, o que as leva a buscar cuidado e carinho fora de seu relacionamento conjugal.
A publicação não apenas expôs uma realidade desconfortável, mas abriu um diálogo sobre o estado atual do casamento no Japão, a moralidade dos relacionamentos e as profundas divisões que existem em torno dessas questões. À medida que o debate continua, fica claro que “netorare” não é apenas mais um termo na cultura japonesa, mas um reflexo de questões mais profundas dentro da estrutura social e emocional do país.
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